quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sei Lá........


Sei lá..................


Sinto-me mulher-menina

Menina-mulher.

Sinto-me criança-leveza

Leveza-criança.

Sinto-me coração-alma

Alma-coração.

Sinto-me pantera-natureza.

Natureza-pantera.

Sinto-me música-anjo

Anjo-música.

Sinto-me fruta-doce

Doce-fruta.

Sinto-me índia-egípcia.

Egípcia-índia.

Sinto-me céu-mistério

Mistério-céu.

Sinto-me mar-terra

Terra-mar.

Entendo-me eu?

Sei lá................


By: Fúria da Natureza  S.M.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vermelho


Vermelho.

Revolução Por minuto

Tensão Por Minuto.

Banho-me na benção-chuva

Protegendo-me na purificação.


By: Fúria da Natureza S.M.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Alvorada



Alvorada.

O galo canta

o início da felicidade.


By: Fúria da Natureza S.M.

Ausência


A sua ausência sufoca-me

como o calor do deserto.

Seja o meu oásis

Sentirei-me refrigerada


By: Fúria da Natureza S.M

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Paixão Oculta


Livros, canetas, cadernos....

Inicia-se o ano e o pretexto;

E
m cada miragem ao seu mar

Ilusões se ilumina em terra;

Passa-se o tempo e acalma

As 
poucas loucuras imagináveis;

Os dias passam....

A original miragem impulsa a ti
P
Poderosa em fundo perceptível;

Respostas por ondas transmites

Cada passo, cada volta procuras

Aconchegar-te à terra observada;

Difícil, talvez, parece a nós

Se tocar, se falar, se conhecer;

Mas, se a paixão existe

O sentimento está desabrochado

Cria em ti coragem, segurança,

Avança-te ao que julgas ser teu,

Procuras sem medo conquistar;

Sê breve, culto e singelo

Naquilo que desejas apaixonado.

By: Fúria da Natureza S.M.

Uma flor sob o amanhecer

De vida mansa e suave,
Entre relvas e relvas além,
A pureza de encanto,
A brilhar ao nascer;
Pelos muitos orvalhos
De beleza a mil;
Vem a sensibilidade
Preencher o amanhecer;
Brisa leve e moderna,
Encosta entre pétalas brilhantes,
Uma flor, apenas uma flor
Resplandece maravilhas
No amanhecer.

By: Fúria da Natureza S.M.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

UTOPIA

Curtindo o poeminha: UTOPIA


Para Silvia Santos 

Os humanos 

Têm muito

Que aprender 

Com as formigas:

Nenhum ser

É tão solidário

Quanto elas!

By: Tony Marques
19/12/2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Theme from Antarctica

Que lindo, maravilhoso, esplêndido, divino, magnífico!!!!!

Senti saudades do Knut....................

Apaixonei-me por esse vídeo e, sinceramente, chorei muito de ver a magnitude da natureza.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ele estava Ali



Ele estava ali, do lado da bomba, enquanto pedi para o frentista abastecer. Chapéu de palha, roupa surrada, porém limpa. Na idade indefinida, as rugas de idade e sol, o bigode esbranquiçado, mas não totalmente, no estilo próprio do interior caipira.
Aproximou-se, perguntou se eu iria na BR no rumo de Brasília. Minha primeira reação, sempre, é reprimir a solidariedade e negar caronas. Infelizmente, as estradas são perigosas dentro e fora dos carros. Dei uma desculpa qualquer, iria sair da BR logo à frente, alguma coisa assim.
O olhar triste agradeceu. Aquilo me doeu fundo, um compatriota, sócio do mesmo país, unido a mim, por seus ancestrais, por 5 séculos na formação de um lugar que a gente se orgulhe e que tem nos machucado tanto por quebra de valores. Mais do que isso, um ser humano como eu. Não deu. Perguntei para onde ia, e ele me falou o lugar, uns 50 km adiante, no meu caminho. Havia perdido o horário e o próximo ônibus estava demorando.
Envergonhado, simulei uma ligação pelo celular perguntando ao interlocutor fantasma se era para eu passar em um lugar qualquer, imaginário. Na imaginação da resposta inexistente, então afirmei alto, para que ele ouvisse, que eu então iria direto pra Brasília, sem passar lá. Sem vergonha, representei tudo isso para não passar a vergonha de dizer-lhe que lhe tinha mentido antes.
Entrou, arrumou sua bolsa e seguimos viagem. Seu destino, um assentamento da reforma agrária, chamado P.A.Canaã, no município de Flores de Goiás.
Perguntei-lhe se estava lá havia muito tempo. Respondeu-me, com uma visível ponta de orgulho, que desde 2000, ia fazer 12 anos já. Que, desde então, nunca mais havia comprado um grão de arroz, de feijão, de milho ou uma raiz de mandioca. Tinha sempre um porco cevado, um frango no quintal. Leite, de suas poucas vaquinhas, 2 ou 3, que sua mulher gostava de fazer requeijão. Pra quem não sabe, o requeijão caipira é um tipo de queijo cozido.
Disse-me que vivia ele e a mulher, que fez muita farinha de mandioca que trocava o excedente por sal, alguma roupa. Remédios, pois a mulher estava doente nos últimos 2 anos, com algumas internações. Perguntei o que era, ele me falou anemia braba. Supus leucemia. Tinha ido comprar uns remédios pra ela, que tinha acabado. Orgulhosamente, me disse que estava melhor e que era raro o homem que conseguia acompanhá-la numa enxada. Ele próprio só fazia pra não perder a moral. Até hoje.
A idade? A dele, 68 anos, me disse; não perguntei a dela.
No correr do asfalto, com seu sotaque de grande sertão veredas, me falou de seus orgulhos. Nasceu na beira da mata, próximo a Suçuapara, no sertão do município de Cocos, Bahia. Aprendeu a manejar a enxada, tratar bicheira e matar cascavel ainda pequeno, um dos 11 irmãos sobreviventes dos 19 que haviam nasceram. Aos 15, conheceu Erondina, que tinha 11. Um ano depois se casaram e construíram suas vidas juntos. Ler, nunca aprendeu, mas sabe desenhar o nome. Não fez falta, enxada não tem manual de instruções.
Em 1971, vida dura, veio arriscar em Goiás, nos campos gerais. Primeiro, Mambaí, depois, Sítio d’Abadia. Posse, Alvorada do Norte, Iaciara e Flores de Goiás fizeram parte de seu polígono de lida. Batendo pasto, fazendo roça, cuidando de gado. Conseguiu comprar uma bicicleta e ocupou um lote próximo a um posto de gasolina na BR, em nascente corrutela chamada Santa Maria, nome do posto.
Nasceram 6 filhos, 4 sobreviveram a infância, hoje restam 3. A mais velha, com 50 anos, disse-me ele – coitada, tá com um tumor na cabeça, dô fé que num vai conhecê seu neto. Explorando, foi operada em setembro passado de câncer no cérebro e, após ligeira melhora, generalizou-se. Está em estado terminal numa cidade próxima – Formosa – mas ele faz questão de vê-la toda semana.
O filho caçula dos vivos mora em Brasília, estudou, quase dotô segundo ele. Trabalha como mecânico. A neta mais velha está na faculdade. O orgulho rolou pelas faces do velho em forma de lágrimas. De alegria.
A filha do meio, casada com um peão e cachaceiro, vive meio sem rumo e tem um “pobrema no útro”. Pelo que me falou, deduzo que algum mioma ou coisa assim. Já tentou que largasse o pinguço que lhe deixa os olhos roxos e braços arranhados e volte pra casa, mas quem manda em seu coração, disse-me ele. E, concordei.
E, contando suas histórias, me disse que esse lote foi a melhor coisa da vida dele, que nem ele e a mulher gostam de passar uma noite sequer longe do pé da serra, de sua roça, de suas galinhas. Luz, já tem, instalada há 3 anos, melhorou muito pra ele, antes é que era difícil pra até irrigar sua horta. Conseguiu pôr água encanada em casa, até banheiro tem, eles que estavam acostumados a visitar o mato. E que Deus havia sido muito bom com ele com sua velha, eles só tinham o que agradecer, mesmo nas dificuldades que passavam. Mas quem não tem tempo difíceis, né, disse ele, confortando a mim mesmo, sem o saber.
Estávamos chegando, mas eu tirei o pé do acelerador, que a viagem levasse 10 horas que fosse. Queria continuar absorvendo a sabedoria de nossa gente. Gente que nunca ouviu falar em Platão, vê um centro de consumo e jactância inútil, como um shopping, da mesma forma fosse uma base extra-terrestre. Que não sabe o que é morar num edifício, que não se sente inferior se não trocar de carro todo ano nem possuir o celular mais moderno. Gente que sabe agradecer, como somos nós quando não contaminados pelo orgulho, pela vaidade, pela aparência, pelo ter.
Chegamos, parei na BR, ele insistiu que não precisava levar-lhe os 3 km faltantes até chegar em sua casa. É um passeio, disse-me, tem passarinho, tem flô no caminho, tem árvi bunita. Ele continuava vendo beleza onde eu só via o sol inclemente das 3 da tarde, mutucas e mosquitos.
Perguntou-me quanto era, como de hábito na região. Disse-lhe que nada (eu é que deveria pagar-lhe pelas lições, mas nem me arrisquei a dizer isso). Ele disse que não, que se ele viesse de ônibus teria que pagar. Repeti que nada me devia, que tinha sido um prazer.
Olhou-me, sem acreditar, mas tirou dinheiro do bolso e disse que o ônibus teria cobrado R$ 8,00, então ele insistia.
Pra não ofender, disse então que me desse R$ 2,00 (vi que ele tinha uma nota de 2 no bolinho que tirou). Então, ele passou a de 2 e pôs uma de 5 em minha mão, dizendo que pra ele além de mais barato, tinha viajado mais confortável e aprendido umas coisas comigo. Eu havia dito pra ele que desse couve e fígado com feijão pra mulher, essa foi a lição que referiu.
Aceitei em respeito à sua dignidade. Deixei-o à beira do asfalto, com um abano de minha parte e um altivo cumprimento de chapéu dele.
E fui pensando. Mais uns 50 km à frente, parei em outro posto de gasolina, entrei, pedi um refrigerante e um pastel e fiz um brinde interno. Brinde à nossa gente, ao nosso brasileiro não contaminado pelo supérfluo. Brinde à minha felicidade de conhecer gente assim. À minha alegria de ser conterrâneo e contemporâneo de sábios que a civilização despreza.
Fiz questão de pagar o brinde com a mesma nota de R$ 5 que me deu.
E o bom orgulho inundou a minha alma.



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Segredos Noturnos



Aos mistérios chegam, inquietos ficam,

Pelas vozes impetuosas que aclamam

A alma dócil a descrever.

Pensamentos que puramente emerge

No mar sereno noturno

Rico emerge seguro expressivo.

Ah! No horizonte expressar.

Nas noites horas não importam

O poder que magia inspira

Exteriorizar para o mundo as palavras

Na natureza vem, oh vem!

A inspiração declarada

Corre o ser, corre a mão

A alma dócil a descrever.

O dia vai a noite vem

Não importa a hora a emergir

Segredos noturnos assim acontece

No imenso momento do prazer.


By: Fúria da Natureza S.M.

MÃE



O leite do meu seio é magma, o leito, do meu sono, é água. Participo de um equilíbrio delicado, tenho nomes e meus nomes tem camadas, como a forma pela qual me entendem meus filhos. Se me arrebatam a roupa de cama, remexo, sinto frio, suo, tremo. Se me perfuram a carne em demasia escorre do meu ventre o que escorre dos seus, minha seiva, meu sangue, minha vida.

Gaia, mesmo nos códigos que vocês inventam, esquecem depois seus significados. Vivem rodeados dela. Seja onde pisam, onde moram, o que respiram, comem, digerem, desejam, onde morrem e o que se tornam sempre: matéria. Lembro de quando descobriram a palavra matéria, vinha de Mater, Matris, “Mãe”. Porque certas palavras não se criam, certas palavras se sentem.

Erda, sou a anciã que sustenta teus saltos mais mirabolantes, tuas acrobacias e invencionices. Sou a senhora complacente e submissa, que recebe os castigos malcriados dos filhos imaturos. Sou a firmeza calma e duradoura. Além de ser suas bases, sei de algo que não sabem aceitar: eu fico, vocês passam. Antes de vocês houve outros e depois os haverá, tão cedo que nunca se lembrarão, tão tarde que nunca conhecerão. Ainda assim, os amo e nutro, como únicos.

Geb, sou universal, primordial, essencial. Sou fecundada pela água que sai de mim mesma. Minha língua é um sistema que se equilibra sozinho e eu tenho algumas eternidades para me equilibrar. Mesmo que eu tivesse pressa, vocês nunca notariam. Suas idéias, pensamentos, seus mais puros ou devassos sonhos são piscares dos olhos de seus próprios deuses, cada um dos quais precisou de um solo para erguer suas sinagogas e catedrais... e eu os doei com tanta alegria!

Porque tenho um carinho especial pelas formas como resvalam em mim sem me perceber. Ninguém pode vir ao mundo sem passar por mim, ninguém pode ver a luz se não por mim. E vocês me procuram em tantos lugares incríveis, e vocês me projetam a alturas indizíveis. De alguma forma não cabe a vocês – ainda – perceber que eu possa estar abaixo da planta de seus pés e ainda assim palpitar dentro do seu peito saída diretamente de uma alga. Porque eu sou mais singela do que vocês imaginam e vos acaricio por inteiro, não importa o que vocês façam, não importa onde vocês vão, eu estarei lá, eu serei lá.

Procuram meu centro em tantos espaços, terras santas, bem aventuradas, centros do mundo. No meu centro mesmo não podem viver, e já bem o conhecem, mas podem fazer de qualquer espaço meu um centro. Não sou mais eu aqui do que lá, mas sinceramente? Gostaria que fizessem de si mesmos centros sagrados. Porque eu vou ficar aqui, mas me dói ver vocês partindo tão cedo.

Conto e Receita: Renato Kress 

http://www.cafecomconto.blogspot.com/2010/05/mae.html

 Autor: Renato Kress Facebook: https://www.facebook.com/renato.kress

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CHORO



Choro desde o momento, pela primeira vez,
Quando a liberdade em meu mundo
Era só minha, vivia em tranquilidade;
Choro porque deparei-me com a prisão:

Sociedade

Liberdade, onde encontrarei?
Jamais voltarei para ela, jamais;
Tenho mundo si, o interior;
Mas, choro para libertá-lo.

Por quê? 

Qual a razão para a liberdade?
Sim, choro pelo sufoco social,
Associado ao primeiro dia vital.

Há um motivo pelo qual choro,
Não de fora para dentro,
E, sim, de dentro para fora;
Olhando os pássaros a voarem.

By: Fúria da Natureza S.M.

SAUDADES............




A um caminho solitário avante,

Atrás as pegadas na areia;

Leve e suave a brisa pousa

Sobre a face meiga e serena,

Marcando o tempo e o momento

O passo a passo e a saudade;

A um caminho longo,

Sob o som das bravas águas;

Os olhos fecham e calmamente,

Emerge pouco a pouco

Os marcos da história;

Caminhando e sentir por companheiro

As lembranças, que outrora presente

Se fez, compartilhando algum momento da vida;

Ah! Ao sentar nas frias pedras

E silenciar-se ao contemplar o horizonte,

Suspira a alma, em par 

Com as marcas das canções!

Descansa o corpo, a alma reflete

O dia acalenta o consolo desejado;

Mas no livro sinalizado fica

O trilho bom, que trilhou

E não voltará jamais.

SAUDADES........

By: Fúria da Natureza S.M.